Eles são antigos e têm o próprio charme. Não à toa, conquistaram o coração de várias mulheres de Foz do Iguaçu, que decidiram comprar um Fusca para chamar de seu. Assim surgiu o clube Darling Beetle Foz, com mais de 50 proprietárias do carro tão queridinho, que chegou ao Brasil em 1959.
A ideia partiu da Natali Cujari, que chama de Alice um Fusca de 1969. O desejo pela compra do modelo apareceu depois de ver o Fusca Herbie, do clássico filme “The Love Bug” ou “Se meu Fusca falasse”. Em 2019, a aquisição aconteceu e o clube nasceu.
Segundo a fundadora do clube, a iniciativa foi criada com o objetivo de empoderar e aproximar essas mulheres.
Durante a pandemia da Covid-19, as atividades têm sido adaptadas para não gerar aglomeração. Mas antes disso, o grupo promovia cursos de mecânica e encontros.
As meninas continuam mantendo contato de forma remota, com videochamadas, e promovendo lives para a discussão de temas como violência doméstica.
Natali contou que o grupo também busca divulgar a cidade, com fotos dos Fuscas nos atrativos turísticos de Foz do Iguaçu.
Algumas das imagens foram feitas na Itaipu Binacional, no Marco das Três Fronteiras, na Ponte da Integração entre Brasil e Paraguai, e na Catedral Nossa Senhora de Guadalupe.
Um Fusca e muitas histórias
Foi por viver histórias incríveis com a amiga em um carro, é que Lola Aleixo, de 24 anos, quis ter um Fusca. Chamado de Astro, o Fusca de 1978 foi escolhido pelo destino antes mesmo dela saber disso.
Lola contou que ia comprar uma rifa para o sorteio de um Fusca, mas a amiga acabou vendendo o número dela do sorteio para outra mulher. Por azar ou não, o número que seria de Lola foi sorteado.
Ao conhecer a mulher que ganhou o carro, Lola tentou comprá-lo. Após algumas negociações, finalmente, o Astro passou a ser dela.
Entre várias lembranças com um Fusca, a jovem contou que teve grandes momentos com uma amiga que faleceu recentemente por causa do câncer. Motivo pelo qual o carro se tornou ainda mais especial.
As risadas foram inevitáveis quando ela se recordou de algumas histórias, como quando Natali buscou o Astro com um gancho de varal para levar o carro até uma mecânica, ou quando vários carros modernos atolaram a caminho de uma chácara, menos o fusquinha dela.
Laço feminino
De acordo com Lola, que é integrante e uma das organizadoras do clube, o grupo se tornou uma família.
As integrantes relatam que fizeram grandes amizades e não imaginavam que os carros seriam o elo para aproximar tantas mulheres.
Como os veículos são antigos, é normal que os Fuscas as deixem na mão algumas vezes. Mesmo assim, isso não é problema, pois as meninas sempre se ajudam.
De acordo com Natali, o clube ainda sofre preconceito por ser formado por mulheres. Entretanto, elas afirmam que sabem da importância dele para lutarem pelo próprio espaço.
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