A imagem da fábrica familiar de produtos de limpeza, local onde trabalhavam pai, filho e irmão, despedaçada por bombas, ainda assombra Mohamed. “Caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar”, relata o adolescente, com a voz embargada pela emoção. A busca desesperada por Ali entre os escombros e os corpos marcados pela violência da guerra são lembranças que o acompanharão por toda a vida.
A tragédia que abalou a família Abdallah reflete a escalada da violência no Oriente Médio. Os bombardeios israelenses no Líbano, direcionados ao grupo extremista Hezbollah, causaram um dos maiores massacres da região desde a guerra de 2006. Quase 500 pessoas perderam a vida e mais de 1,8 mil ficaram feridas em apenas um dia, transformando a vida de milhares de pessoas em um pesadelo.
Além de Mohamed, outra jovem brasileira, Myrna Raef Nasser, de 16 anos, também perdeu a vida nos ataques. A notícia da morte de ambos chocou o Brasil e reacendeu o debate sobre as consequências humanitárias dos conflitos armados.
A volta de Mohamed ao Brasil representa o fim de um pesadelo e o início de uma nova jornada marcada pela dor da perda. A comunidade de Foz do Iguaçu se uniu para acolher o jovem e sua família, oferecendo apoio e solidariedade em um momento tão difícil.
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