Locais antes usados para descanso, como quiosques, bancos de praça e pergolados, estão sendo ocupados de forma irregular por pessoas que lutam diariamente pela sobrevivência. Essas áreas, que deveriam ser ponto de encontro e bem-estar, são tomadas por lixo, restos de comida, fezes e urina, criando um cenário de insalubridade. A crescente sensação de insegurança, com relatos de violência, tem afastado tanto comerciantes quanto consumidores, prejudicando diretamente a economia da cidade. Empresários, preocupados com o impacto no comércio, pedem uma ação urgente da Prefeitura para resolver a situação.
Entretanto, o problema não se resume apenas à degradação do espaço público, mas a uma questão social mais profunda. Vivemos em uma sociedade que, muitas vezes, prefere ignorar o sofrimento ao seu redor, tratando a pobreza e a vulnerabilidade como questões invisíveis, afastando-se de quem mais precisa. As pessoas que hoje habitam as ruas de Foz do Iguaçu são vítimas de uma realidade dura, marcada por perdas, desigualdade e um sistema que não conseguiu protegê-las. São mães, pais, filhos e avós que não têm um abrigo digno, roupas limpas ou acesso a serviços básicos. São vidas que se perderam na margem da sociedade.
Diante desse cenário, a solução não pode ser simplista ou temporária. A revitalização da Avenida Brasil precisa ir além da estética; é necessário oferecer um olhar humanizado, que atenda tanto às necessidades dos moradores de rua quanto à segurança e bem-estar da população. A remoção dessas pessoas sem alternativas de dignidade não pode ser a resposta. Precisamos garantir a elas, no mínimo, um lugar para passar a noite com um mínimo de conforto, como roupas limpas e a possibilidade de tomar um banho, além de fornecer o suporte social necessário para que possam reconstruir suas vidas.
O verdadeiro progresso de uma cidade não se mede pelo brilho das vitrines ou pelo crescimento econômico, mas pela qualidade de vida de seus cidadãos mais vulneráveis. O apelo dos empresários é um reflexo da urgência que sentimos enquanto comunidade: é preciso cuidar dos espaços públicos e revitalizá-los, mas sem esquecer de quem ali vive, sem teto e sem esperança. Propor soluções que integrem dignidade, segurança e acolhimento é um passo necessário para a construção de uma cidade mais justa e inclusiva, onde todos têm a oportunidade de reescrever sua história.
A transformação que tanto esperamos começa agora. A revitalização da região central de Foz do Iguaçu deve ser uma prioridade, não apenas para restaurar o comércio e a estética, mas para garantir que ninguém seja deixado para trás. Precisamos de políticas públicas que não só recuperem o espaço físico, mas que também ofereçam dignidade e oportunidades a quem mais precisa. A mudança começa com o compromisso coletivo de transformar a realidade social da cidade, garantindo que todos, sem exceção, tenham acesso a condições mínimas de vida e respeito.
Chegou o momento de nos perguntarmos: que tipo de sociedade queremos ser? A que fecha os olhos para a dor alheia, ou a que abre portas e constrói pontes de solidariedade, cuidado e inclusão? Não podemos mais ignorar os sinais de fragilidade ao nosso redor. A transformação social depende de todos nós, e ela começa com a união em torno de um futuro mais justo e humano para nossa cidade.
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