Dólar alto e viagem internacional: Como economizar e evitar surpresas no bolso.

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Com o dólar comercial atingindo recordes históricos e o câmbio mostrando uma tendência de alta, viajar para o exterior pode parecer um desafio, especialmente para quem está de olho na cotação da moeda americana, que chegou a R$ 6,09 na segunda-feira (16). Para quem já tem passagem marcada, a alta do dólar pode impactar diretamente no planejamento da viagem. Afinal, com o dólar nas alturas, como fazer para economizar e evitar um rombo no orçamento? A boa notícia é que há alternativas de pagamento e estratégias de portabilidade de dinheiro que podem ajudar a aliviar o impacto do câmbio.

O aumento da cotação do dólar, que já vem acontecendo desde o fim de 2022, é um reflexo de vários fatores, incluindo a política fiscal interna e a valorização da moeda americana no mercado global. No entanto, para quem viaja, isso não significa que seja necessário abrir mão da viagem ou da diversão. Com um planejamento mais estratégico, é possível minimizar os custos e garantir uma experiência internacional mais econômica. Veja abaixo algumas alternativas de pagamento para quem vai viajar para o exterior neste verão.

1. Contas Globais: A opção mais vantajosa

Nos últimos anos, as contas globais têm se popularizado entre os turistas brasileiros como uma solução eficiente e econômica. As contas globais, oferecidas por plataformas como Wise e Nomad, permitem abrir uma conta corrente em um banco internacional de forma rápida e sem taxas de manutenção, diretamente pelo celular. O grande atrativo dessa modalidade é a conversão de moeda com cotação mais favorável e um imposto sobre operações financeiras (IOF) reduzido de apenas 1,1% — o mesmo valor cobrado para compras em espécie. Isso representa uma economia considerável, já que, em comparação, o IOF cobrado em cartões de crédito pode chegar a 4,38%.

Essas contas permitem que o viajante envie dinheiro para o exterior, utilize cartões físicos ou virtuais para pagar por compras e também acompanhe seu saldo em tempo real através de aplicativos móveis. Outro benefício é a possibilidade de converter dinheiro aos poucos, aproveitando as quedas no valor do câmbio, com alertas configuráveis para monitoramento da taxa. Além disso, a conversão para diversas moedas — como euros, libras ou pesos — pode ser feita diretamente pelo app, o que facilita as transações em diferentes países.

2. Dinheiro em espécie: Para emergências e pequenas despesas

Embora carregar dinheiro em espécie não seja a forma mais econômica de levar dinheiro para o exterior, pode ser útil em algumas situações, como em compras pequenas ou para emergências. Ao comprar dólares ou outras moedas em espécie, o IOF é de 1,1%, o que é mais vantajoso do que o imposto cobrado em cartões de crédito ou pré-pagos.

No entanto, é importante ficar atento à cotação, que pode variar dependendo da casa de câmbio, além dos riscos de segurança, como furtos ou perdas. Especialistas recomendam levar uma quantia razoável, mas não excessiva, já que a maioria dos destinos turísticos tem ampla aceitação de cartões de crédito e débito.

Para quem decidir levar dinheiro em espécie, é importante lembrar que, desde 2023, a Receita Federal exige que valores acima de US$ 10 mil (aproximadamente R$ 56 mil) sejam declarados ao sair do país, por meio da Declaração Eletrônica de Bens do Viajante (e-BDV).

3. Cartão de crédito: Prático, mas com custos elevados

O cartão de crédito é uma opção popular pela praticidade e segurança, pois não há necessidade de carregar grandes quantias em dinheiro. No entanto, ele vem com alguns custos adicionais, principalmente o IOF de 4,38% e uma possível cotação menos vantajosa, que pode ser mais alta que o câmbio comercial. Além disso, o valor da compra será convertido com base na "PTAX", a taxa de câmbio do Banco Central, mas o banco emissor do cartão pode aplicar um ágio sobre essa cotação.

Apesar dessas desvantagens, o cartão de crédito tem suas vantagens. Uma delas é a possibilidade de acumular pontos em programas de fidelidade, que podem ser trocados por milhas aéreas, hospedagens ou até mesmo descontos em futuras viagens. Caso opte por usar o cartão, o viajante deve se informar sobre a taxa de câmbio aplicada pela sua instituição financeira e, se possível, optar por pagar a fatura antecipadamente para garantir que o valor final será mais vantajoso.

4. Cartão pré-pago (‘Travel Money’): Controle e segurança

Os cartões pré-pagos, também conhecidos como travel money, são uma alternativa intermediária entre o dinheiro em espécie e o cartão de crédito. A principal vantagem desses cartões é que eles funcionam como um cartão de débito, ou seja, o valor é pré-carregado com a moeda estrangeira antes da viagem, com a cotação do momento da compra. O IOF também é de 4,38%, e a cotação costuma ser baseada no câmbio turismo, o que torna a opção mais cara do que as contas globais, mas ainda assim mais controlável do que o cartão de crédito.

Uma vantagem do travel money é que o limite é pré-estabelecido, o que ajuda a controlar os gastos e a manter o orçamento sob controle. Além disso, é mais seguro do que carregar grandes quantias em dinheiro vivo, pois, em caso de perda ou roubo, é possível bloquear o cartão rapidamente. Se não houver a utilização total do valor carregado, é possível realizar o resgate do saldo, embora muitas vezes as instituições financeiras cobrem taxas adicionais para isso.

Dicas extras para economizar com o dólar alto

  • Evite o câmbio de aeroporto: As casas de câmbio em aeroportos costumam ter uma cotação desfavorável, além de cobrar taxas mais altas. Tente trocar dinheiro em locais especializados ou, se possível, em plataformas digitais.

  • Use o cartão de crédito para grandes compras: Para compras de maior valor, o cartão de crédito pode ser vantajoso, especialmente se você acumular pontos ou milhas. Apenas fique atento à cotação do momento e ao IOF.

  • Monitore a cotação: Se você não precisa de todo o dinheiro de uma vez, pode monitorar a cotação e fazer a conversão nos dias em que o dólar estiver mais baixo.

Com essas alternativas e dicas, é possível viajar para o exterior, mesmo com o dólar nas alturas, sem comprometer tanto o orçamento. A chave está no planejamento e na escolha da melhor estratégia para cada tipo de compra.

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