Um comerciante de Ciudad del Este, dono de um estabelecimento que oferece serviços de cobrança utilizando o sistema Infonet Cobranzas da Bancard, foi vítima de um roubo de aproximadamente G. 200 milhões. De acordo com o relato da vítima, o roubo ocorreu após o sistema ser invadido por criminosos, o que permitiu que 87 operações fraudulentas fossem realizadas. O comerciante, identificado como Carlos Álvarez, registrou a denúncia no Ministério Público e está indignado com a postura da Bancard, que, segundo ele, se limita a culpá-lo pelo incidente, sem oferecer uma resposta clara ou efetiva.
Álvarez, que usa o sistema Infonet Cobranzas de Bancard em seu negócio há sete anos, percebeu que havia sido roubado no dia seguinte ao ocorrido, quando foi alertado de que sua conta estava sem fundos. Ao investigar a situação, ele descobriu que a conta havia sido saqueada por meio de 87 transações fraudulentas, somando G. 195 milhões. Imediatamente, ele entrou em contato com a Bancard e com a unidade de Delitos Econômicos da polícia, solicitando a desativação do serviço. No entanto, ao verificar o sistema no dia seguinte, ele descobriu que o serviço havia sido reativado sem sua autorização, permitindo que G. 4,5 milhões fossem novamente roubados.
Carlos Álvarez relatou que, ao informar o gerente da Bancard, Félix Franco, sobre o segundo roubo, recebeu a resposta de que a empresa poderia se responsabilizar apenas pelo valor roubado após a reativação do sistema, já que isso só poderia ter sido feito pela própria Bancard. No entanto, ele ficou frustrado com a postura da empresa, que sempre sugeriu que o erro foi seu, insinuando que ele teria fornecido seus dados a terceiros, algo que ele nega categoricamente.
O advogado de Álvarez, Ángel Paniagua, expressou preocupação com a fragilidade do sistema de segurança da Bancard, afirmando que o banco não tomou nenhuma medida preventiva diante das 87 transações suspeitas realizadas de forma consecutiva. Segundo Paniagua, não houve alertas ou notificações via e-mail ou mensagem de texto para confirmar ou validar as operações, o que teria ajudado a evitar o roubo. Ele também destacou que a reativação não autorizada do serviço é algo que só poderia ser feito pela própria Bancard, o que reforça a responsabilidade da instituição.
A Bancard, em um comunicado oficial, voltou a culpar o cliente pelo incidente, afirmando que a fraude ocorreu porque as credenciais do comerciante foram comprometidas. O banco informou que iniciou as investigações internas sobre o caso e está colaborando com as autoridades para apurar o ocorrido. A empresa também orientou seus clientes a protegerem seus dados pessoais e a não compartilharem informações confidenciais.
O que é o Bancard?
O Bancard é uma das principais operadoras de sistemas de pagamento e soluções financeiras no Paraguai, oferecendo serviços de processamento de transações comerciais e financeiras. O sistema Infonet Cobranzas, utilizado por muitos comerciantes, é uma plataforma de cobrança que permite aos estabelecimentos realizar transações financeiras de forma digital. No entanto, o incidente que afetou Carlos Álvarez levanta questões sobre a segurança e a responsabilidade da Bancard em proteger os dados de seus usuários e evitar fraudes. A falta de medidas de segurança adequadas e a falha em detectar atividades suspeitas no sistema são preocupações que agora estão sendo investigadas pelas autoridades.
Este caso destaca a importância de as empresas e os usuários de serviços financeiros estarem cada vez mais atentos às questões de segurança digital. A proteção dos dados pessoais e a transparência nas operações financeiras são essenciais para prevenir fraudes e garantir a confiança dos clientes.
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