A proposta de pedágio nas pontes internacionais que ligam Brasil, Paraguai e Argentina tem causado preocupação entre as principais entidades da região trinacional, como a ACIFI, o Codefoz e o Codetri. Elas alertam que a implementação dessa medida pode representar um grande retrocesso para a integração regional e os setores de comércio, turismo e transporte, essenciais para a economia local.
Essas entidades defendem que a população local se mobilize urgentemente contra essa iniciativa, que não apenas impactaria o fluxo diário de trabalhadores e turistas, mas também prejudicaria o crescimento econômico da região. A área das Três Fronteiras, composta por mais de um milhão de habitantes, depende de uma movimentação livre entre os países para sustentar suas atividades comerciais e culturais, bem como o turismo, que é um dos principais motores econômicos locais.
O pedágio nas pontes afetaria diretamente o cotidiano das pessoas que vivem essa integração diariamente, como os trabalhadores que atravessam a fronteira de motocicleta em busca de economia e agilidade. Além disso, poderia criar barreiras para os milhares de turistas que visitam a região e os comerciantes que dependem do tráfego internacional para manter seus negócios.
Danilo Vendruscolo, presidente da ACIFI, destaca a importância da união da comunidade para resistir à implementação do pedágio. "Temos o maior porto seco da América Latina e estamos ampliando essa estrutura para atrair ainda mais investimentos e pessoas à região. Colocar essa integração em risco com o pedágio seria um erro grave", afirma. Ele ainda enfatiza que a decisão deve envolver a população e as empresas locais, que conhecem as reais necessidades e particularidades da região. "É fundamental que soluções inteligentes sejam adotadas, e não barreiras que nos afastem de nossos parceiros históricos, como Argentina e Paraguai."
A mobilização popular é crucial para evitar a imposição dessa medida, que poderia prejudicar não apenas o trânsito de mercadorias, mas também as relações históricas e culturais que unem as cidades da região. Estudantes, comerciantes e trabalhadores que atravessam as pontes diariamente para estudar, trabalhar ou realizar negócios seriam diretamente impactados.
Fernando Castro Alves, presidente do Codefoz, ressalta a necessidade de um amplo debate público antes de qualquer decisão ser tomada. "Quem vive aqui entende o quanto dependemos dessas pontes para garantir o funcionamento da economia local e para manter a integração entre nossos povos. Qualquer obstáculo, como o pedágio, seria devastador para todos nós."
Roni Temp, presidente do Codetri, complementa: "Impor pedágio nas pontes seria um retrocesso, não apenas para as Três Fronteiras, mas para o modelo de integração que servimos como exemplo para o mundo."
A população local precisa se mobilizar e exigir que suas vozes sejam ouvidas. O pedágio ameaça muito mais do que o bolso dos motoristas – ele representa uma barreira ao desenvolvimento econômico e social da região, que ao longo de décadas construiu pontes, tanto físicas quanto culturais, entre três nações que dependem umas das outras.
É o momento de unir forças e lutar contra uma medida que poderia desestruturar toda uma dinâmica que favorece a integração e o crescimento de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú.
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