Escola Lúcia Marlene Enfrenta Risco de Desocupação e Falta de Espaço para Aulas

Radar Foz
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A comunidade escolar da Escola Municipal Lúcia Marlene Pena Nieradka, localizada na Vila Yolanda, está apreensiva com a possibilidade de a instituição ficar sem um espaço adequado para as aulas no próximo ano letivo. O Flamenguinho, clube esportivo onde a escola funciona provisoriamente há mais de 20 anos, notificou a prefeitura para desocupar o imóvel.

Desde 1999, a escola está instalada no espaço do Flamenguinho devido à falta de uma sede própria, com a promessa de que a prefeitura construiria um novo prédio. No entanto, essa construção nunca ocorreu. Segundo o advogado do clube, Jefferson Fosquieira, a doação do espaço em 1999 incluía um compromisso do município em construir 130 metros de arquibancada na área cedida, prazo que expirou em 2004, mas até agora nada foi feito.

O Flamenguinho notificou a prefeitura para que desocupe o imóvel até o final do ano letivo. Se isso não ocorrer, o município terá que pagar R$ 15 mil pelo uso do espaço até a desocupação, conforme estipulado na notificação. Fosquieira reafirmou seu compromisso em defender os direitos do clube e enfatizou a importância de garantir que os alunos não fiquem desamparados.

Promessas Não Cumpridas

Angela Berlanda, uma das representantes da comunidade escolar, expressou sua frustração. Mãe de dois alunos que foram alfabetizados na escola, ela lembrou que, durante reuniões do orçamento participativo em 2020, a atual gestão se comprometeu a construir a sede. "Estamos esperando por ações concretas, já que o prefeito afirmou que essa obra era uma questão de honra. Agora, estamos no final da gestão e nada foi feito", destacou.

A Vila Yolanda não possui outra escola municipal, e a região está em expansão devido a novos investimentos imobiliários, o que aumenta a necessidade de um espaço adequado para a educação. A diretora Daiane Palma aguarda uma resposta da prefeitura sobre a situação da escola, garantindo que as aulas continuarão no próximo ano, apesar das incertezas.

Atualmente, a Escola Lúcia Marlene enfrenta sérias limitações. Sem uma biblioteca ou quadra coberta, as condições das instalações são precárias. O ruído do tráfego nas proximidades prejudica o aprendizado, e o espaço destinado à merenda escolar é inadequado.

Histórico da Escola e Promessas de Construção

A Escola Lúcia Marlene começou suas atividades em 1999, na gestão do ex-prefeito Harry Daijó, utilizando o pátio da Igreja Perpétuo Socorro. Em 2002, sob a administração do ex-prefeito Samis da Silva, o Flamenguinho cedeu um espaço sob suas arquibancadas para a continuidade das aulas, uma solução temporária que já dura 22 anos.

Em um esforço para resolver a situação, a administração do atual prefeito, Chico Brasileiro, prometeu construir a nova sede da escola na Praça das Aroeiras, no Jardim Social. No entanto, a escolha do local gerou controvérsias entre moradores, preocupados com a destruição de uma área verde. O caso foi levado à Justiça, enquanto as obras começaram com a derrubada das árvores da praça. No entanto, a construtora abandonou o projeto, deixando a área central da praça sem árvores e com tapumes caídos.

A prefeitura anunciou a intenção de lançar um novo edital para a construção da sede, mas a população continua cética.

Posição da Prefeitura

Em resposta à situação, a Prefeitura de Foz do Iguaçu afirmou que a questão da Escola Lúcia Marlene está sendo analisada pela Procuradoria-Geral do Município, com a atenção necessária aos prazos estabelecidos. Durante este período, o atendimento às crianças será mantido nas instalações atuais. Além disso, a licitação para a construção da nova sede está em andamento, refletindo o compromisso da administração em garantir melhores condições para os alunos.

A situação da Escola Lúcia Marlene ressalta a necessidade urgente de ações concretas para atender às demandas educacionais da comunidade, especialmente em um momento em que a demanda por vagas escolares na região está crescendo. A falta de infraestrutura adequada não só afeta o aprendizado, mas também a qualidade de vida das famílias que dependem da educação pública.

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