A reunião teve como foco não apenas as ações de acolhimento para os brasileiros que estão retornando ao país, mas também para aqueles que decidiram deixar o Líbano e se estabelecer na cidade. Durante o encontro, foram discutidas as articulações entre as diferentes esferas do governo, incluindo o executivo, o legislativo e o judiciário, para garantir uma resposta eficaz a essa crise humanitária.
O comitê foi instituído no dia 10, por meio do Decreto n.º 33.058, sob a liderança da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade. Essa medida surgiu em resposta ao agravamento da situação no Líbano, que, conforme dados do governo federal, abriga aproximadamente 21 mil brasileiros natos ou naturalizados e seus familiares.
Dados preliminares do Ministério das Relações Exteriores (MRE) indicam que cerca de 23% dos brasileiros que buscam refúgio no Líbano estão se dirigindo a Foz do Iguaçu, que abriga a segunda maior comunidade libanesa do Brasil. Em menos de dez dias de operação, a cidade já recebeu centenas de libaneses.
O grupo de trabalho inclui a secretária Rosa Maria Jeronymo, que coordena o comitê, o diretor de Assuntos Internacionais, Jihad Abu Ali, além de representantes das secretarias de Saúde, Assistência Social, Educação, Transparência e Governança, e da Fozhabita. Estão igualmente envolvidos na ação a Unila, Itaipu, Casa do Migrante, Associação dos Juristas Islâmicos, Centro Cultural Beneficente Islâmico, Sociedade Beneficente Islâmica, Lar Druzo de Foz do Iguaçu, Cáritas e a Casa Civil do Paraná.
O prefeito Chico Brasileiro enfatizou a importância do acolhimento, destacando que a cidade e o Estado do Paraná têm um compromisso solidário com os migrantes. “Foz do Iguaçu é um lugar de portas abertas para quem busca refúgio. Estamos dedicados a oferecer um tratamento digno a todos que chegam”, afirmou, reconhecendo a contribuição da comunidade libanesa para a cidade.
Operação Raízes de Cedro
Rosa Maria Jeronymo também comentou sobre uma reunião realizada na primeira semana de outubro, convocada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, onde se discutiu o apoio da prefeitura aos libaneses resgatados. Ela mencionou que Foz do Iguaçu receberá um número significativo de pessoas por meio dos voos da Operação Raízes de Cedro.
“A previsão é de pelo menos catorze voos, dependendo da evolução do conflito. Entre os 230 passageiros que chegam ao Brasil, cerca de 50 devem vir para a cidade. Já tivemos cinco voos até o momento, e outros estão programados para os próximos dias, além de chegadas por via terrestre. A Força Aérea Brasileira (FAB) está realizando operações rápidas para facilitar a evacuação”, explicou.
Jihad Abu Ali está colaborando com as entidades envolvidas para garantir um acolhimento eficiente. “Estamos comprometidos em oferecer suporte psicológico, assistência social, cuidados de saúde e outras necessidades aos que chegam em Foz do Iguaçu”, afirmou.
Na quarta-feira (16), haverá uma reunião entre os secretários estaduais da Justiça e Cidadania, Santin Roveda, e do Desenvolvimento Social e da Família, Rogério Carboni, com representantes do comitê para discutir questões documentais e estratégias operacionais do Estado do Paraná em relação ao repatriamento e à migração. O encontro ocorrerá no Alfa Cworking, às 16 horas, na Avenida José Maria de Brito, 1707.
O contexto atual no Líbano é marcado por uma crescente crise humanitária, exacerbada por conflitos armados e instabilidade política, o que leva muitos a buscar abrigo em outros países. A atuação conjunta de diferentes esferas do governo e a mobilização da sociedade civil em Foz do Iguaçu refletem a solidariedade e a preocupação em oferecer um lar seguro para os que estão em situação de vulnerabilidade.
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