Cinco pessoas foram presas em Foz do Iguaçu, na manhã de ontem (10), durante a Operação Párvulo, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular uma organização que atuava no tráfico interestadual de drogas em pelo menos quatro estados. Além das ordens de prisão temporária, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em casas e estabelecimentos ligados aos investigados na fronteira.
A ação também teve ramificações nos estados de Santa Catarina, Espírito Santo e Minas Gerais. Cerca de 100 policiais participaram do trabalho, que resultou no cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão.
Segundo a polícia, os suspeitos detidos em Foz atuavam como “agentes financeiros”, realizando a movimentação de recursos da quadrilha. Várias contas bancárias em nome de laranjas foram identificadas durante a apuração do caso. Empresas eram usadas como fachadas para lavagem de dinheiro. Documentos recolhidos na operação desta terça-feira passarão por análise para identificar outros envolvidos no esquema.
“O que vai ser investigado agora é se essas pessoas participavam do tráfico ou somente serviam a conta. Isso ainda é uma próxima etapa, porque na maioria das vezes são parentes, pessoas não muito próximas, que cedem as contas para ganhar algo em troca, mas sem participar efetivamente. A lavagem de dinheiro vamos partir para esta análise, para verificar e solicitar o bloqueio”, explicou o delegado da PF, Vinícius Oliveira Binda.
As investigações que desencadearam a operação tiveram início no ano passado, com o acompanhamento de um suspeito. O investigado comprava grandes quantidades de haxixe e ecstasy em Foz e as distribuía para traficantes menores na cidade de Guarapari (ES).
Com o avanço do levantamento, foi constatado um esquema refinado de tráfico, com alcance também nas cidades de Vitória e Conceição da Barra, no Espírito Santo; Imbituba, em Santa Catarina; e Belo Horizonte, em Minas Gerais. Contas bancárias diversas em Foz eram usadas para comprar os entorpecentes, receber valores e ocultar lucros. Negócios regulares, como compra e venda de veículos, eram usados para lavar o dinheiro da quadrilha e despistar a fiscalização.
Vida de luxo
Um dos chefes da organização criminosa foi preso em uma residência luxuosa em Guarapari. A casa, com piscina e campo de futebol, chamou a atenção das autoridades pela localização afastada da área urbana. O fluxo financeiro do grupo era grande. Segundo a polícia, somente nos últimos dois meses os traficantes movimentaram cerca de R$ 300 mil.
“A localização da residência desse investigado era para não chamar a atenção. A vida dele [traficante] era bem confortável ou muito pouco sofrida. Não tinha uma atividade rotineira lícita como a maioria das pessoas têm”, ressaltou o delegado Vinícius Binda.
O nome do investigado, assim como os demais presos, não foi divulgado para não atrapalhar o curso da investigação, já que haverá outros desdobramentos. “Foi em cima deste homem preso em Guarapari que se iniciou a investigação. A partir dele nós fomos aprofundando e conseguimos identificar quem eram as outras pessoas que o auxiliavam ou adquiriam a droga dele para revenda”, disse o delegado.
Os investigados poderão responder pela prática do delito de Organização Criminosa (Art. 2ºda Lei 12.850/2013), Tráfico Interestadual de Drogas (Art. 33 da Lei 11.343/2006) e Lavagem de Capitais (Art. 1º da Lei 9.613/1998).
Fonte: GDia
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