Não é só em Foz do Iguaçu. As medidas restritivas já alcançam boa parte das cidades do Paraná. No extremo Oeste, as nove cidades da 9ª Regional de Saúde - Foz, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Matelândia, Itaipulândia, Serranópolis do Iguaçu, Missal e Ramilândia - tomaram a decisão conjunta para refrear o aumento de casos de covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde.
Indicadores coletados diariamente pela Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu comprovam a necessidade de medidas mais restritivas de circulação. Houve um aumento galopante na taxa de reprodução do vírus, na média móvel e também na taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para covid-19 do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, que é referência no atendimento de casos graves da doença para Foz do Iguaçu e todos os demais municípios da 9ª Regional.
Em Curitiba, a secretária de Saúde, Márcia Huçulak, alertou que a cidade pode sair da bandeira amarela e voltar à bandeira vermelha - com aumento de restrições na abertura do comércio e toque de recolher, por exemplo - se os casos da doença aumentarem. A capital paranaense registra a ocupação das UTIs-covid muito perto de 100% (97% no último boletim de saúde).
Com 7.630 casos ativos e a taxa de transmissão aumentando, Márcia Huçulak avalia que se casos da doença não diminuírem até a próxima quarta-feira (19), Curitiba tende a voltar para medidas mais rígidas. A bandeira laranja está em vigor na capital desde o dia 5 de abril. Na quarta-feira (12), a prefeitura prorrogou as medidas previstas, mas com mais restrições para atividades não essenciais, prevendo o que está por vir.
Alertas
O mesmo alerta feito pelo secretário estadual de Saúde, Beto Preto, que reforçou que o Paraná continua no "fio da navalha". O Estado registrou 5.032 casos nesta quinta-feira (13), e uma média de 4.531 casos e 99 óbitos nos últimos sete dias. "A vacinação continua, mas ainda não temos remédio efetivo, farmacológico, não medicamentoso para combater a covid-19. Portanto, só temos três saídas: o isolamento familiar, distanciamento social e a higiene".
O governador Ratinho Júnior não descarta medidas mais restritivas caso os índices da doença continuem a subir. “Essa é uma grande preocupação. Assim, fica sempre a recomendação de que o cuidado é importante, o uso de máscara é importante, o máximo de restrição em ambiente com muita gente e estamos intervindo em festas clandestinas", disse após reunião com o prefeito Chico Brasileiro na quarta-feira.
"O fato de estarmos vacinando não quer dizer que podemos relaxar. Enquanto não vacinarmos 60% da população, para diminuir de forma drástica a transmissão, temos que tomar cuidado para não ter uma terceira onda”, complementou. A ocupação dos leitos do Paraná é de 95% com 535 pacientes na fila por leito de internamento, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde.
Decisão conjunta
O prefeito Chico Brasileiro disse que a decisão de determinar novas medidas restritivas foi das nove cidades do extremo oeste e que os gestores se preocupam deveras em tomar medidas que impactam na vida econômica das pessoas. "Nenhuma pessoa em sã consciência gostaria de tomar essa atitude. Agora, sou guiado pela ciência e pelo conhecimento, pelas informações técnicas e confio muito na nossa equipe técnica que desde o início trabalhamos e fazemos o melhor para ter um controle dessa pandemia", disse em entrevista a Rádio Cultura.
"Agora, a pandemia é maior do que as pessoas e do que os governos. Infelizmente, o Brasil está com um atraso na vacinação. Fizemos reuniões com os prefeitos da 9ª regional de saúde para tomar uma decisão conjunta porque afeta a todos", completou.
Como exemplo para tomar as medidas, o prefeito citou que Curitiba está voltando a fechar restaurantes no final de semana, que o Paraná inteiro está vivendo uma situação difícil e é provável que outros municípios retornem com o fechamento do comércio nas próximas semanas. "A doença não parou e devemos tomar as medidas com responsabilidade. Eu não posso ficar vendo as pessoas esperando o leito, não posso ver leitos de UTI 100% ocupados e ficar achando que é normal. Tenho que tomar atitudes e as atitudes são baseadas nas informações técnicas", ressaltou.
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