Uma mudança importante no projeto da Ponte da Integração
Brasil-Paraguai, que vai ligar Foz do Iguaçu e Presidente Franco: ela não será
exclusiva para veículos caminhões. Por ali vão passar também carros, ônibus e
motos.
A decisão foi tomada em conjunto pela Receita Federal,
Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que já informaram o Consórcio
Construbase – Cidade – Paulitec, responsável pelas obras da ponte, segundo o
presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Foz do Iguaçu (Codefoz),
Mário Camargo, que presta consultoria à construtora.
Segundo ele, a razão para a mudança é simples: o tráfego de
caminhões, entre o Brasil e o Paraguai, equivale a apenas 6% da circulação
total de veículos. A nova ponte, portanto, pode receber não apenas o tráfego
pesado, como o de outros veículos.
Mas Camargo lembra que será preciso mudar os projetos da
Aduana e da Perimetral Leste, que devem ficar prontas junto com a inauguração
da ponte. A Aduana, por exemplo, precisará contar com controle migratório e de
fiscalização de bagagens, o que não estava previsto anteriormente.
Mas, como os projetos ainda estão em andamento e ainda
faltam sete meses para ser concluídos, há tempo suficiente para fazer as
adaptações, de acordo com o presidente do Codefoz. A conclusão das duas obras
deve ocorrer dentro de dois anos depois do início, previsto para julho ou
agosto de 2020, coincidindo com a entrega da Ponte da Integração.
"A nova ponte vai atender a duas vocações de Foz, a
logística e o turismo", diz Camargo. "Os dois setores precisam
trabalhar juntos."
Caminhões
Com a Ponte da Integração pronta, o tráfego de caminhões
será proibido na Ponte da Amizade, que ficará exclusiva para veículos leves e
ônibus. Os caminhões, hoje, representam um transtorno para o trânsito de Ciudad
del Este, que proibiu a passagem destes veículos durante o dia. Em Presidente
Franco não haverá este problema, já que, como no lado brasileiro, haverá uma
perimetral que desviará o tráfego proveniente da ponte para fora da área
central.
Mas Mário Camargo destaca que, a partir de agora, Foz do
Iguaçu precisa "trabalhar pelo novo Porto Seco", pois com o atual os
caminhões desviariam para a BR-277, indo pela Perimetral, e depois teriam que
voltar à cidade, prejudicando todo o tráfego na rodovia.
O novo Porto Seco, segundo ele, deverá contemplar três
modalidades de transporte: rodoviária, ferroviária e hidroviária. Para a
ferrovia, há intenção do governo do Estado de construir um ramal da Ferroeste
de Cascavel a Foz do Iguaçu. A hidrovia, utilizando o reservatório de Itaipu e
depois o Rio Paraná, vai depender da demanda, mas ele acredita que haverá
interesse nesse tipo de transporte, que é mais barato até mesmo que o
ferroviário.
Já a demanda por transporte ferroviário atenderia o
Paraguai, que hoje exporta seus produtos, via hidrovia, pelos portos de Buenos
Aires e Montevidéu. No ano passado, a estiagem baixou demais o nível dos rios
Paraná e Paraguai, quase inviabilizando o transporte hidroviário. A opção
ferroviária seria vantajosa em vários aspectos, inclusive pelo tempo mais curto
para o transporte de Foz do Iguaçu ao Porto de Paranaguá.
Fonte: Assessoria
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