Uma das mais antigas artes marciais de que se tem notícia, a
Sipalki-Do, conhecida também como O Caminho das 18 Técnicas, é ensinada desde
junho deste ano no Colégio Estadual Paulo Freire, em Foz do Iguaçu, no Oeste do
Estado. A iniciativa foi do cabo Marcos Pires, que participa do programa Escola
Segura.
A ideia partiu do superior de Pires na Polícia Militar, já
que o cabo é praticante do Sipalki-Do há 30 anos. Ao verificar que a escola
possuía alguns materiais para a prática de artes marciais, como tatame e
uniformes, a ação foi consolidada.
“Depois que a diretora nos cedeu uma sala começamos a
praticar. O Sipalki é uma arte marcial tradicional e milenar que segue três
princípios: mente sã, corpo preparado e coração puro”, explica Pires. Ele conta
que a ideia teve adesão de toda a comunidade escolar, principalmente porque a
prática estimula nos estudantes valores como coragem, bondade, disciplina,
honra e, principalmente, respeito.
Marcos Grizorti, 18 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio,
disse que o Sipalki-Do mudou a vida dele. “Eu era uma pessoa muito sem
paciência e fui criando bastante disciplina, não só nas aulas, mas também no
dia a dia. Aprendi a escutar mais, prestar atenção, ter foco”, avalia. Ele
conta no começo era um hobby, uma atividade para ocupar o tempo ocioso. “Eu me
apaixonei pelo Sipalki-Do. Eu não quero ficar só na faixa preta, eu quero ser
mestre. Foi algo maravilhoso que aconteceu na minha e quero levar isso para
outras pessoas, que conheçam e pratiquem”.
Os amigos recomendaram as aulas e Fábio Roberto Nonnenmacher
Filho, 12 anos, do 7 º ano do Ensino Fundamental, decidiu experimentar o
Sipalki-Do. “Eu gosto bastante das aulas. Quis fazer para aprender autodefesa e
quero continuar”.
Diretora do Colégio Estadual Paulo Freire, Mirian Cristina
de Lima Melo diz que os resultados da oferta da atividade são visíveis. “A
adesão dos alunos para as aulas de Sipalki-Do foi imediata. Muitos deles, com
histórico de atendimento pela equipe pedagógica por indisciplina, não tiveram
mais problemas na escola”. Na semana passada os jovens passaram por exame de
faixa, quando graduaram da faixa branca para a amarela, que representa o
segundo nível do Sipalki-Do.
ESCOLA SEGURA – Lançado em 2019 com o objetivo de estreitar
laços entre a comunidade escolar e a Polícia Militar, o Escola Segura prevê a
presença física de policiais militares da reserva nas escolas em dois turnos,
das 7h às 15h e das 15h às 23h, e também o suporte de unidades móveis e
integração com o serviço de inteligência da área de segurança. Foi pensado
também para complementar as atividades preventivas já desempenhadas pelo
Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (Bpec).
Atualmente, 77 colégios de três regiões do Estado – Foz do
Iguaçu, Londrina e Grande Curitiba – receberam o programa, beneficiando cerca
de 82 mil estudantes. Em 2020, o Governo do Paraná vai dobrar o número de
unidades e levar o Escola Seguira para mais 150 colégios.
Fonte: AEN
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