O Ministério da Justiça e Segurança Pública pretende
inaugurar ainda neste ano o primeiro escritório de inteligência integrado na
fronteira de Foz do Iguaçu. A implementação do projeto, que é inspirado no
modelo norte-americano, é coordenada pela Secretaria de Operações Integradas do
MJSP e deve receber aportes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
O escritório vai se chamar Fusion Center, assim como nos
Estados Unidos, e o projeto piloto vai funcionar em uma área de 600 metros
quadrados no Parque Tecnológico de Itaipu. Segundo o coordenador-geral de
combate ao crime organizado da Seopi, Wagner Mesquita, 16 instituições
trabalham na implementação do projeto, como Polícia Federal (PF), Polícia
Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Inteligência (Abin), Ministério
da Defesa, Unidade de Inteligência Financeira (UIF - antigo Coaf), Receita
Federal, entre outros órgãos.
No projeto piloto, a capacidade de operação será de 35
pessoas atuando na produção de conhecimento e outras 20 pessoas atuando no
comando e controle de operações, segundo Mesquita. Segundo ele, o objetivo é
fortalecer o combate ao crime organizado. “A ideia é que a gente cerque e
dificulte a logística do crime organizado nos grandes centros urbanos”, disse.
Principais funções
O escritório vai integrar o trabalho operacional e de
investigação dos órgãos de controle e investigação. “Cada instituição tem suas
ferramentas e o Fusion Center vai ser um catalisador disso”, explica Mesquita.
“A gente tem um centro de comando e controle, onde você pode estabelecer os
objetivos da sua operação, minimizar o efetivo, aumentar a eficácia, controlar
a tropa em terra, ter geoposicionamento das viaturas, das tropas no terreno,
unificar as comunicações. Isso tudo o Fusion está fazendo”, completa.
Além de apoio operacional para as ações das polícias na
fronteira, o Fusion Center também vai auxiliar investigações do Brasil inteiro,
através do levantamento de informações, processamento e difusão. “Vai ser um
polo de inteligência da região e um auxílio para investigações criminais.
Investigação de crime organizado no país inteiro tem que se aprofundar na
fronteira porque o material que traz dinheiro para facção, vem pela fronteira,
seja droga, seja arma, seja material de contrabando. Atacar essas instituições
somente no mercado consumidor, estamos fazendo nem metade do serviço”, ressalta
Mesquita.
O escritório em Foz do Iguaçu terá um núcleo do Curitiba um
Centro Integrado de Inteligência, inaugurado recentemente em Curitiba. O Fusion
Center também vai auxiliar na criação de protocolos de troca de informações
entre instituições.
Centro definitivo será construído a partir do ano que vem
O Fusion Center vai começar a operar ainda neste ano no
Parque Tecnológico de Foz do Iguaçu, mas a partir do ano que vem começa a
construção no endereço definitivo do escritório. Ele vai ficar em um terreno de
cerca de 10 mil metros quadrados da Polícia Rodoviária Federal. O custo
estimado da construção é de R$ 40 milhões, mas segundo Mesquita, o custo ainda
pode diminuir.
Apesar da implementação do projeto estar sendo coordenada
pela Seopi, a gestão do Fusion Center será feita pela Polícia Federal, para que
o escritório possa fazer acordos de cooperação internacional.
O dinheiro para compra de equipamentos e construção do
espaço definitivo, segundo Mesquita, será do BNDES. O banco ofereceu uma linha
de crédito de US$ 1,4 bilhões para municípios, estados e União, para projetos
vinculados à segurança pública e o Fusion Center é um dos projetos que vai
receber os aportes, segundo Mesquita.
Depois da construção do escritório em Foz do Iguaçu, o MJSP
pretende ampliar o projeto para outros estados, para que os escritórios
trabalhem de forma integrada.
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