Um araçari-castanho (Pteroglossus castanotis) teve as penas
transplantadas após ser resgatado pela Polícia Ambiental – Força Verde e levado
ao Parque das Aves. O animal chegou ao Parque no dia 22 de junho clinicamente
comprometido e uma das asas tinha as penas cortadas com objetivo de contenção
de voo.
Após receber os cuidados necessários da equipe do Parque, o
animal passou pelo transplante de penas para reabilitar sua capacidade de voo.
Segundo Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, esse procedimento
visa fazer com que a ave possa retomar sua principal atividade de imediato.
“A plumagem faz parte da anatomia da ave. É responsável não
só pelo voo e coloração, mas também para o isolamento térmico.”
Paloma conta ainda que dessa maneira a ave jamais
sobreviveria na natureza, pois a impossibilidade de voar a tornaria um alvo
fácil para predadores.
O animal passou por um período de isolamento e adaptação a
uma dieta adequada e será colocado junto a outros da mesma espécie nesta
segunda, 15 de julho. No momento ele está no manejo do recinto Aves de Rios e
Mangues e parece estar voando normalmente, no entanto os veterinários farão uma
nova avaliação quando for liberado para voos de maiores distâncias no recinto.
Técnica antiga
O procedimento de implante de penas (imping, em inglês), é
uma técnica antiga utilizada principalmente na falcoaria e centros de
reabilitação. Durante o procedimento, as penas de um banco de penas são
transferidas para aves que apresentam penas cortadas ou quebradas. Isso ajuda a
restabelecer a capacidade de voo dos animais enquanto aguardam a troca das
penas, quando as implantadas serão naturalmente substituídas por novas penas
inteiras.
“Com auxílio de lascas de madeira e uma cola forte, unimos a
pena do banco ao canhão da pena que está no animal, respeitando a ordem e o
lado das penas”, diz Paloma.
Ela acrescenta que o procedimento não é invasivo e o animal
não sente dor, pois as penas não têm terminações nervosas.
Novo lar
Por se tratar de um animal silvestre sem características de
que seja proveniente de um criadouro cuja venda é autorizada, esta ave
provavelmente é oriunda do tráfico de animais. Como é muito difícil saber sua
origem e por ser um animal já adulto, fica inviável sua reintrodução na
natureza.
“Este araçari-castanho, a partir de agora, será um novo
cidadão do Parque das Aves, onde poderá interagir com outros da mesma espécie,
e de outras”, comenta Paloma.
O Parque das Aves possui mais de 1.400 aves e cerca de 150
espécies de aves, sendo que 50% são provindas do tráfico de animais apreendidas
pela Polícia Ambiental, Polícia Federal e pelo IBAMA. Na maioria dos casos são
vítimas de maus-tratos e chegam ao Parque em péssimas condições.
Fonte: Assesoria
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